O interesse surgiu no mesmo instante,
como mágica.
Era uma vez
Uma menina que acreditava nas pessoas
E queria continuar acreditando nisso
Eu prometo que,
Ela vai ser sua
Se não agora, com certeza num dia desses
Espere, aguarde e verás
As coisas vão se ajeitar
Ela está te dando outra chance
Porque você não agarra logo com todas as forças que conquistou nesses últimos anos?
Talvez ela tenha te feito sofrer,
Muito ou pouco, não importa
Sofrer nunca é bom
Mas já ouviu falar de indenização?
É isso que ela quer te dar
Te mostrar um sorriso sincero todo dia
Se preocupar com sua vida e com o que te cerca
Estar sempre do teu lado
Fazendo valer o amor que você sente por ela
Porque você não pára de perder tempo
E corre logo pro abraço?
Ela andava meio perdida. Tinha tudo aquilo que queria. Amigos, família e luxos. Pagava suas contas, dirigia . Tinha a cabeça boa. Estudava, era boa nisso. Trabalhava, era esforçada. Vivia em baladas, festas e afins. Mas não se sentia completa. Faltava alguma coisa. Faltava um ombro pra encostar e sorrir. Faltava um sorriso pra admirar, uma mão pra se agarrar, braços pra se apoiar.
Ela se sentia só. Porque, por mais que procurasse era sempre o mesmo blábláblá que ouvia da boca de todos os homens com quem se envolvia. Tudo sempre terminava, da mesma forma que havia começado.
Ela só queria uma sincera companhia. Alguém pra acarinhar. Alguém com quem pudesse se preocupar, e cuidar. Alguém que conseguisse lhe amar.
Eu decidi sair com meus amigos. Sexta à noite, dia de tomar uma, relaxar, se divertir. Não consegui fazer nenhuma dessas coisas. Por causa de promessas, mancadas, vontades e dúvidas. Fiquei de lá pra cá, olhando as pessoas e suas inúteis relações.
Foi quando, enquanto uns amigos se questionavam o porquê de eu estar calada e esquisita, ouvi um deles dizer que eu era diferente mesmo e que era complicado saber o que se passava na minha cabeça. Falou que eu era, um tanto quanto, indecifrável.
Talvez eu seja, ou talvez não. Talvez as pessoas estejam tão preocupadas em serem superficiais ao extremo que esquecem, ou têm preguiça mesmo, de parar alguns instantes e observar alguém. E procurar saber suas angústias, seus medos, seus sonhos, seus anseios. Talvez as pessoas não se preocupem mais com essas coisas, ou nem tenham tempo.
Mas eu sinto muito, sinto muito por não conseguir seguir a massa. Eu seria hipócrita em dizer que não tento, mas sou verdadeira quando digo que não consigo. Não consigo não ser de verdade com as pessoas, não consigo viver de falsidade, mentira, superficialidade.
Eu não quero um relacionamento de conto de fadas. Não quero um manto protetor em volta dos que gosto. As pessoas têm defeitos mesmo e a graça estar em aprender a viver com eles. Porque, sempre, extrair apenas o que lhe é conveniente? Porque exigir e não dar? Não, cansei desse mundo, desse jeito. Como diria Clarice, ‘com toda essa superficialidade medrosa’. Eu quero mais, quero muito além disso tudo.
Num bar, sexta feira à noite, as pessoas se olham e se comem com os olhos, e com a boca, com as mãos, com o pensamento. As pessoas pecam. Destroem relacionamentos e seguranças, destroem confiança. Confiança conquistada depois de anos, se dilui.
São apenas sorrisos bonitos, pessoas que fingem felicidade, a todo custo. Pessoas que terminam relacionamentos da mesma forma que começam, sem pra quê. Pessoas que mentem pra não ficar por baixo. Pessoas que querem ferir e matar. Matar o ego, matar auto-estima, matar o amor.
Não, eu não me rendo a isso. Não me rendo ao não sentimento. Não me rendo à mentira, não me rendo à superficialidade. Quem quiser que me julgue estranha. Que me chame de encalhada, que diga que ta me faltando homem. Quem quiser que diga qualquer coisa. Vai ver eu sou estranha mesmo. Estranha por querer algo de verdade na minha vida. Algo além de um sorrisinho bonito na sexta à noite, algo além de um cara com carro e dinheiro na carteira pra pagar minha cerveja, algo além de um cara com namorada que deixa ela em casa e mente.
Se isso é ser estranha, diferente. Sou isso aí sim. Sou porque não quero pouco, nem pela metade. E antes de ter a mentira, prefiro não ter nada.
Se você prometer ficar ao meu lado e me apoiar. Se você disser que vai ser sincero, que nós vamos brigar, que eu vou chorar e que você vai vir correndo me abraçar. Eu também prometo que vou ser tua, só tua. Eu prometo que vou querer ser tua.
Basta você dizer que no dia do meu aniversário você vai se lembrar de mim e vai me amar como ninguém. Promete que vai me dar broncas e que quando eu estiver cansada vai me oferecer teu colo e vai me acarinhar. Diz que vai se preocupar com minha carreira profissional, que vai se preocupar com meus sonhos, com meus desejos. Diz que vai me achar a mulher mais linda do mundo mesmo quando eu estiver de espinha na cara, com o rosto coberto de creme verde ou quando eu tiver acabado de acordar e fala também que quando eu tiver de tpm você vai se estressar com meus pitis e logo em seguida vai rir e me abraçar dizendo que ta tudo bem. Promete que vai sair à noite e me acompanhar nas minhas baladas, mas que também vai preparar um jantar à luz de velas num dia qualquer. Que vai sair de madrugada, da nossa cama quentinha, pra me comprar um remédio, me levar ao médico ou acalmar nosso filho que acordou com medo, no quarto escuro. Promete que vai ser só meu e que até vai olhar pra uma bunda que passar na rua ou chamar uma mulher da tv de gostosa só pra me irritar.
E eu prometo que vou te fazer feliz. Vou me dedicar a você e à nossa vida com todo amor que eu sempre guardei. Eu prometo que vou estar ao teu lado nas tuas decisões e que vou te fazer o cafuné mais gostoso do Universo.
1. Exibir a imagem do selo "Vale a pena acompanhar esse blog!" que você acabou de ganhar, com o link do Blog de quem indicou e um link do criador do Meme.
2. Escrever as regras em seu blog.
3. Indique no Mínimo 5 blogs e coloque os links de seus indicados no final do post (O limite máximo de indicações de blogs cada um determina conforme achar conveniente).
4. Avisar a pessoa que você a indicou, deixando um comentário para ela.
5. Conferir se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
Objetivo deste selo: mostrar reconhecimento aos valores dos blogueiros, que a cada dia demonstram empenho por transmitir valores sejam eles,culturais, sociais, éticos, pessoais ,literários ,entre tantos outros valores que cada um possui. É também uma forma de interação entre nós, blogueiros! Palavras da Clau do http://mundodarkness.blogspot.com/
6.Responder as perguntas:
1) Por que resolveu criar o blog?
Resolvi criar o blog como forma de desopilar de forma organizada as coisas que sinto. Eu sempre escrevi em cadernos e acabava deixando tudo de lado. Até que um amigo exigiu que eu tomasse mais cuidado com tudo que eu escrevesse e me fez prometer que eu colocaria tudo num único caderno. Isso ainda não consegui, fato. Mas resolvi colocar no blog porque posso associar com fotografias, outra paixão minha.
2)O que te dá mais prazer em blogar?
Acredito que é o reconhecimento. É saber que outro alguém, que nem faz idéia de quem sou, se identifica com o que escrevi. É perceber que coisas que julgava tão minhas, não são só minhas. É poder ser eu mesma, livre de padrões. Como li uma vez: “escrever é um modo de falar sem que interrompam a gente”.
3)Qual o assunto que você mais gosta de postar?
O assunto que eu mais escrevo: AMOR. É o que me impulsiona, o amor e todas as suas variáveis.
4)Por que escolheu esse nome para o blog?
Porque cada texto que escrevo é um fragmento do que sou.
5)Você costuma visitar outros blogs?
Sempre. E aprendo muito com eles.
Obrigada a http://mollfry.blogspot.com/ por ter me dado o selo. Indico além desse blog:
........:::: aTé oNDe Vai :.../A arte de viver em paz/A magia da noite/Além do aparente./
[31.01.09]
Era chegada a hora de partir, de ir embora. Jéssica sempre sabia quando era a hora de partir. Vivia assim, de lá pra cá. Permanecendo onde quer que fosse apenas enquanto sua companhia era agradável. Sempre levava algumas pessoas e alguns detalhes de onde havia estado. Nunca saia de canto algum de mãos vazias, apesar de muitas vezes atadas. Não era escolha sua viver dessa forma, mas a sensação que ela tinha é que alguém tinha posto prazo de validade nela. Prazo de validade pra cada lugar, pra cada pessoa. Mais ou menos como dez meses e alguns dias pra ele. Ou três anos e dois dias pra ela. Mas era certo, ela não valia pra sempre. Então, quando percebia que seu prazo havia expirado, Jéssica sempre fazia isso. Arrumava sua mala e ia embora passar mais um prazo determinado em um outro lugar, com outras pessoas e novas experiências. É certo que saudade ela sempre deixou por onde passou. É certo que, algumas pessoas que a atentaram que sua validade já havia expirado, hoje querem reaver isso e insistem que a saudade é grande, que não há códigos de barra, não existem preços, medidas. Não existe validade. Mas Jéssica já conhece como as coisas funcionam nesse grande supermercado. Sorri, apagando sua tristeza. Coloca o que ficou de bom na sua mala e parte em busca de mais.
Hoje, enquanto preparava meu jantar, olhei pela janela da cozinha e observei um casal. Um casal jovem. Pra ser sincera, eram duas crianças. Por um momento eu fiquei meio horrorizada. Na verdade horrorizada não era a palavra, mas eu cheguei perto disso. Minha primeira reação foi pensar: “Qual a idade daquelas duas criaturas?”. Resolvi ficar observando. E, acredita que eu cheguei a ter inveja daquela garota? O casal estava apenas abraçado numa noite fria. Um abraço aconchegante. Os dois sorriam, não pareciam existir problemas em qualquer parte do mundo.
Eu lembrei de quando eu tinha treze anos e trouxe um namorado em casa. Um rapaz de dezessete anos, nada simpático, cabelos louros e compridos, adorava rock, vivia de preto e tinha fotofobia ótica. Meu pai nem o cumprimentou, mas depois se tornaram grandes amigos. O mais legal é que eu era patricinha, vivia de rosa e adorava pagode.
Eu sei que não vem ao caso esse meu namoro da adolescência, que até teve uma duração. Mas é que hoje, ao ver aquele casal tão novo, eu me dei conta de algumas coisas.
A primeira delas é que eu realmente tô ficando adulta. Adultos esquecem o que fizeram quando eram jovens. Esquecem que foram inconseqüentes, que agiram por impulso, emoção. E esquecem que aos treze se sentiam com maturidade de vinte. Sempre acham que aquele casal de adolescentes é muito novo pra namorar e que deviam era ta estudando.
A segunda coisa que descobri é que, aos treze, eu não trabalhava, não estudava com a responsabilidade de hoje, não pagava minhas contas, não saia sem permissão dos meus pais nem sem a carona deles. Eu não pegava ônibus sozinha, não entrava em locais proibidos pra menores, não bebia, não chegava em casa de manhã, não dirigia nem dormia fora de casa, eu nem sequer tinha as chaves da porta. Mas eu tinha alguém do meu lado. Alguém do sexo oposto, que me amava SIM. E quando eu brigava com meus pais, quando eu tirava uma nota baixa ou quando me desentendia com as minhas amigas eu podia contar com ele. Com um abraço durante as noites frias e uma massagem na barriga nos dias de cólica. Tinha alguém que matava e morria de ciúmes por mim.
E eu fiquei analisando... Eu era uma menina apaixonada que tinha um cara por mim. Hoje sou uma mulher, praticamente independente, caminhando pra ser completamente realizada, mas não consigo ter uma relação bacana e madura como a que eu tinha há seis anos atrás.
Culpa minha? Dos homens? Isso pouco importa. O mais engraçado é que eu, com quase vinte anos tive inveja de uma menina com pouco mais de dez. E que ela, talvez, ao olhar pra mim também sentisse inveja desse meu jeito, meio livre e covarde, de viver.
Hidratação. Cabelos bonitos e bem cuidados. Sempre cheirosos e bem lavados. Lisos, mistos, escovados ou cacheados. Pintados, bem cortados. Brilhosos e sedosos. Pele sem manchas, sem espinhas. Nem oleosa, nem seca. Levemente bronzeada e sem olheiras. Sobrancelha feita, pinça, depilação. Das pernas, axilas, virilha, buço. Depila, puxa, estica, arranca. Zero pêlos. Dentes alinhados e brancos. Hálito fresco e unhas feitas. Colo bonito e perfumado. Seios firmes, barriga tanquinho, bumbum avantajado, pernas torneadas e pés delicados.
Tem trabalho, faculdade. E como se fosse pouco, umas tem filho, casa e marido. À noite sair com as amigas ou o namorado. Barzinho, balada cinema, quase qualquer buraco. Aí vem outra novela. Chapinha, roupa nova, salto alto. Tem a base, o pó compacto, o lápis, a sombra, o delineador, o curvex, o rímel incolor e em seguida o preto. Tem o corretivo, o blush, o batom, o gloss, o brinco, o colar e O BENDITO SALTO ALTO A NOITE INTEIRA! A bolsa tem que combinar com a roupa, a sandália tem que combinar com a roupa, até a própria roupa tem que combinar com a roupa. É um brinco pra cada caso, um calçado pra cada caso. Um colar, um anel, uma calça, uma bolsa. Cada um para cada caso.
Como se não bastasse tem a TPM. Ou você acha que a singela idéia de ficar com uma ‘almofadinha’ entre as pernas por intermináveis dias é agradável? Ainda tem academia, regime e salão.
Temos que agüentar os sem-noção que nos aparecem. O cara chato que não pára de ligar e o imbecil que não faz seu telefone tocar. Temos os problemas das amigas pra ajudar e as falsas amigas que tentam nos derrubar.
Os pais nos cobram que sejamos princesinhas, enquanto a vida engana que legal mesmo é ser promíscua.
E eles ainda abrem a boca pra nos chamar de complicadas? Fiz um resumo bastante enxuto do que é ser mulher, isso não é nem o terço. E eles não queriam que fossemos complicadas? Por tudo que passamos durante a vida, complicadas é o mínimo que poderíamos ser!
Parabéns a você mulher!
[23.07.09]
Tenho costume de procurar os significados das palavras no dicionário. Procuro palavras novas ou palavras que já conheço. Hoje eu procurei o significado da palavra organização, acredito que é porque é isso que to estabelecendo como meta na minha vida neste momento.
Encontrei como definição da minha palavra de hoje: Pôr em ordem, arrumar; dispor para funcionar.Constituir em organismo. Preparar. Estabelecer as bases de. Tomar forma regular; constituir-se; formar-se.
Organizar é o que comecei a fazer com a minha vida esses dias. Não que ela estivesse um descontrole total, uma bagunça como estava meu guarda-roupa. Ao contrário, minha vida sempre esteve em ótima sintonia com o mundo e eu estou sempre muito satisfeita com ela. Mas nesses dias eu descobri que haviam pequenas coisas no meu dia a dia que me incomodavam. Coisas simples, de muito fácil resolução. Coisas tão simples que talvez por este fato eu sempre as adiava.
Resolvi organizar minha vida. Organizar sentimentos, cartas, desejos, papéis, amizades, roupas, livros. Resolvi pôr tudo isso em ordem. Comecei a cuidar de mim. Fiz compras, me dei um pouco de luxo. Coisa que nunca faço por ser muitíssimo controlada. Arrumei meu quarto que já fazia tempo que estava precisando de uma faxina. E, da mesma forma que estou arrumando minhas coisas em suas determinadas gavetas estou copiando isso na minha vida. Simplificando as coisas, deixando-as mais acessíveis, mais fáceis.
Cara, você devia prestar mais atenção nela. Na forma que ela mexe os cabelos e os joga para trás, na forma como ela te olha cheia de desejo carinho. Já percebeu quando ela ta em dúvida? A forma tão singular que ela morde o lábio inferior? O jeito que ela te abraça, o cafuné dela nos teus cabelos, a atenção que ela tem a tudo que te interessa.
Você devia prestar atenção nas lágrimas dela, no jeito intelectual que ela adquire enquanto estuda na faculdade e ensina a matéria aos amigos. Devia vê-la dormindo e tudo que ela pensa antes disso. Você devia vê-la tomando banho, escovando os dentes, se hidratando, se vestindo e até se despindo. Devia vê-la brigando e acordando.
É sério cara, você devia vê-la falando de você, devia ver a cara dela quando sente o teu perfume ou sentada na cama olhando o céu pela janela. Você devia vê-la escrevendo, rindo, gargalhando. Devia perceber que às vezes o nariz dela tem vida própria e que a dentição dela também não é perfeita. Perceber que ela rói unhas e você tem a maior parcela de culpa nisso. Devia vê-la angustiada, ver os olhos dela marejados sem derrubar uma lágrima.
E quando ela sai. Devia estar na mente dela. Entender porque ela não vê graça em mais ninguém e observar a forma sutil e delicada que ela esnoba cada pretendente. O jeito desengonçado que ela dança, o olhar de canto, o sorriso meia boca.
Você devia saber o medo que ela tem que você se apaixone por alguém, por uma qualquer, por uma conhecida ou até por uma amiga dela. Devia sentir aquele coração palpitando só de pensar nisso.
Cara, você devia parar, pensar, experimentar olhar pra ela.
[se eu fosse homem, era mais ou menos isso que eu diria a ele]
[15.07.09]
Nunca se dedique tanto a ninguém que você conheça, pois invariavelmente você vai esperar a mesma dedicação de volta e poucas vezes vai recebê-la. Se dedique aos que precisam, aqueles que você não vai encontrar depois, aqueles que você não tem como esperar gratidão. Você pode até argumentar que se deve dedicar-se a quem se ama, por puro amor. Mas não se engane, quando você precisar você vai esperar aquela dedicação de volta.
Nem sempre leve os médicos e suas doenças e viroses muito a sério, a maioria das nossas mazelas é puramente espiritual. Nunca peça aos céus algo que você não tem certeza que quer, pois seu pedido vai se realizar exatamente nesses casos. Quando estiver precisando de Deus nunca procure pessoas que sirvam de ponte ou instrumento de fé, procure dentro de você que há de encontrar. E, se você não acredita em Deus converse com seu próprio coração; na minha humilde opinião, dá no mesmo. Quando quiser se distrair sintonize a rádio em qualquer estação que proclame o nome divino. É tanto charlatanismo, tanta psicose e poder de persuasão que te entreterá por um longo período. Não ache que toda e qualquer coisa é um sinal. Não acredite em tudo que lê, vê ou escuta. Procure dar uma chance para novas escolhas. Não tenha medo de sofrer novamente. Só mate formigas quando elas te provocarem primeiro e se tiver algum tempo livre, observe-as. Conheça novas pessoas, novos estilos de vida. Se permita descobrir. Nunca descarregue seu negativismo em ninguém; lembre-se, ele é SEU. Arrote mortadela. Acredite em estrelas cadente, elas existem! Descubra o prazer de ler e escrever. Não tenha a pretensão de achar que as pessoas estão te desejando mal, que esse período ruim da tua vida é por causa de inveja ou olho gordo. Acredite, todos estão preocupados demais com o próprio umbigo, além de quê só você tem o poder de se destruir. Só te atinge aquilo que você permite.
Vivemos num parêntese do tempo. Passamos nossos dias colecionando amores, comprando roupas, fazendo economias, estudando formulas perfeitas, lendo livros de auto-ajuda. Tudo isso numa busca desesperada pela tal felicidade. Não falamos o que queremos falar e gritamos o que devemos calar. Pensamos inúmeras vezes antes de proferir uma palavra de afeto e falamos sem pensar a primeira palavra que vem à cabeça e magoa a quem amamos.
Hoje percebo que temos medo de amar. Vivemos bitolados em nos tornarmos pessoas fortes, auto-suficientes e solitárias. Não admiramos mais as grandes famílias.
Aquele ‘eu te amo’ que eu queria ter dito quando estava deitada a teu lado, na tua cama, travou na minha garganta. Travou porque eu não sabia se era certo falar. Travou porque eu não tinha certeza. Mas é que esse tipo de coisa não é mesmo pra ter certeza. Naquela hora era aquilo que eu sentia e pronto. Por mais que daqui a duas horas eu não amasse mais, naquele momento eu te amava mais do que tudo no mundo. Se eu te dissesse que te amo, seria sincero e você tinha o direito de saber disso, você tinha que me ouvir dizendo isso. Mas enfim, o ‘eu te amo’ voltou ao coração me ferindo internamente. Só porque eu não quis me mostrar frágil... Mas quem disse que amar é fragilidade? Amar é fortaleza! É preciso ter coragem para amar, é preciso ser forte; e se não for assim, da forma que eu penso, então me responda ‘quem aqui é forte?’.
Quando amamos fingimos que não amamos. Quando não amamos fingimos que amamos. Tá tudo ao contrário. E quando você percebe, pronto, acabou.
Não espere que eu comece a dizer o que você deve, ou não, fazer enquanto está aqui gozando da arte de viver. Não espere porque eu não o sei. Sou pessoa falha, cheia de mentiras, cheia de feridas não cicatrizadas. Não tenho a pretensão de te dizer o que fazer antes de você deixar a existência para trás. Quem sou eu pra dizer como se deve viver? Mas acho, sinceramente, que existe algo que todos temos que perder. Temos que perder a vergonha de amar.
Quando somos crianças nossos medos são diferentes de quando nos tornamos adultos. São diferentes, mas são medos.
Quando somos crianças temos medo de olhar em baixo da cama, de noite. Temos medo de filme de terror. Temos medo de vampiro, bruxa, vilão de cinema. Dá medo das coisas mais bobas. A gente tem medo de careta, de história de suspense, tem medo que o lobo mal pegue a gente. A gente morre de medo de um monte de coisas. O coração acelera, corremos pro quarto dos pais, fechamos os olhos e rezamos. A gente tem medo, muito medo.
Depois, os medos mudam. A gente cresce e passa a achar engraçados filmes de terror e histórias de suspense. Debaixo da cama o máximo que pode ter é um par de chinelos ou seu gato dormindo. Vampiro, bruxa, vilão? Passa a ser divertido. Passamos a correr atrás do lobo mal, porque ele é muito mais interessante que o príncipe encantado. A gente passa a ter outros medos, medos muito mais reais. Medos diferentes. A gente aprende até a ter medo de gente.
Medo de gente porque gente engana, gente se desfaz, gente demite, gente inveja, culpa, mente. A gente começa a ter medo, também, da gente. Medo de se decepcionar, medo de se frustrar, tem medo da angústia, medo de não se realizar. A gente tem medo de só achar o lobo mal e tem medo do príncipe encantado não se encantar. Tem medo de não ter dinheiro, tem medo de perder quem ama e tem medo de não amar. A gente consegue até ter medo de sentir medo.
Os medos se tornam maiores na medida em que a gente também se torna maior. Passam a ser reais na medida em que a gente se fortalece. O bicho papão existe e, muitas vezes, se finge de melhor amigo. A cama dos pais já está muito longe pra que a gente corra até ela toda noite de medo. A bruxa faz feitiços de verdade e transforma tudo. E aí, a gente tem que aprender a encarar nossos medos, bater de frente e superá-los. Às vezes sós, outras acompanhados. Mas a gente tem que aprender a enfrentá-los.