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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um jovem casal que me fez pensar.


Hoje, enquanto preparava meu jantar, olhei pela janela da cozinha e observei um casal. Um casal jovem. Pra ser sincera, eram duas crianças. Por um momento eu fiquei meio horrorizada. Na verdade horrorizada não era a palavra, mas eu cheguei perto disso. Minha primeira reação foi pensar: “Qual a idade daquelas duas criaturas?”. Resolvi ficar observando. E, acredita que eu cheguei a ter inveja daquela garota? O casal estava apenas abraçado numa noite fria. Um abraço aconchegante. Os dois sorriam, não pareciam existir problemas em qualquer parte do mundo.

Eu lembrei de quando eu tinha treze anos e trouxe um namorado em casa. Um rapaz de dezessete anos, nada simpático, cabelos louros e compridos, adorava rock, vivia de preto e tinha fotofobia ótica. Meu pai nem o cumprimentou, mas depois se tornaram grandes amigos. O mais legal é que eu era patricinha, vivia de rosa e adorava pagode.

Eu sei que não vem ao caso esse meu namoro da adolescência, que até teve uma duração. Mas é que hoje, ao ver aquele casal tão novo, eu me dei conta de algumas coisas.

A primeira delas é que eu realmente tô ficando adulta. Adultos esquecem o que fizeram quando eram jovens. Esquecem que foram inconseqüentes, que agiram por impulso, emoção. E esquecem que aos treze se sentiam com maturidade de vinte. Sempre acham que aquele casal de adolescentes é muito novo pra namorar e que deviam era ta estudando.

A segunda coisa que descobri é que, aos treze, eu não trabalhava, não estudava com a responsabilidade de hoje, não pagava minhas contas, não saia sem permissão dos meus pais nem sem a carona deles. Eu não pegava ônibus sozinha, não entrava em locais proibidos pra menores, não bebia, não chegava em casa de manhã, não dirigia nem dormia fora de casa, eu nem sequer tinha as chaves da porta. Mas eu tinha alguém do meu lado. Alguém do sexo oposto, que me amava SIM. E quando eu brigava com meus pais, quando eu tirava uma nota baixa ou quando me desentendia com as minhas amigas eu podia contar com ele. Com um abraço durante as noites frias e uma massagem na barriga nos dias de cólica. Tinha alguém que matava e morria de ciúmes por mim.

E eu fiquei analisando... Eu era uma menina apaixonada que tinha um cara por mim. Hoje sou uma mulher, praticamente independente, caminhando pra ser completamente realizada, mas não consigo ter uma relação bacana e madura como a que eu tinha há seis anos atrás.

Culpa minha? Dos homens? Isso pouco importa. O mais engraçado é que eu, com quase vinte anos tive inveja de uma menina com pouco mais de dez. E que ela, talvez, ao olhar pra mim também sentisse inveja desse meu jeito, meio livre e covarde, de viver.

Um comentário:

  1. Entendo, apesar de ainda ser nova. Com todas as responsabilidades que estão caindo em cima de mim me sinto madura demais e sinto falta de toda a inocência e despreocupação. E agora o que eu mais queria era alguém mais compatível e está bem mais difícil que antes de encontrar. Gostei do blog e... sorte pra nós duas (:

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