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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Julgamento.
Todos presentes?
Sim, apenas ele. O juiz de todos os juízes. Pra quê advogado, promotor, testemunhas? Nada disso adianta. É só a ré e o juiz. E o juiz é o Estado todo.
E a ré é julgada. São anos e anos, todos julgados. A ré não é totalmente inocente, senhores, nunca foi. Sempre falou demais. Nunca soube ficar calada. Nem cometia os crimes e saia espalhando por aí. No fim foi condenada por um crime que não cometeu.
O primeiro erro dela foi falar na sobrelinha e ter uma infantil inocência de pensar que as pessoas pensam como ela. Interpretam como ela. Sentem como ela. Escrevem como ela. O segundo foi ser comum. Parecer com um tipinho qualquer de internet.
E o juiz, coitado, podia ter certeza que era ela.
Pena que os argumentos não bastaram. Pena que o juiz nem a escutou. Pena que o juiz julga conhece-la tão bem, mas na verdade se a confundiu em fotos e atos não a conhece tanto assim.
A pena não foi dada. Mas o julgamento doeu bem mais. Saber que o Estado inteiro desconfiou dela? Pior, que o Estado inteiro não acreditou nela!
 

Um comentário:

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