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domingo, 12 de dezembro de 2010

A Contorcionista


Deixa pra lá. De repente tudo ficou fora de ordem e eu não consigo mais colocar nada no lugar. Parece que tudo que tem pra dar errado de repente dá. Eu cansei, deixa pra lá.
Se tudo tá uma bagunça e eu tento arrumar o tempo todo, mas existem umas 30 pessoas desfazendo tudo que faço, nadando contra a maré. E eu fico sozinha lutando contra todas elas, não dá.
Eu não sabia que o mundo era difícil, meus problemas sempre tão pequenos talvez tenham me cegado por um tempo. Meu mundo tão cor-de-rosa, com problemas tão graves quanto a festa que eu deixei de ir. O mundo é complicado pra caramba. E quando ele resolve conspirar contra você, é de sentar e chorar. Sempre fui dramática, mas as noias de agora são determinantes pro que eu quero pra todo o resto da minha vida; então você não tem como ter idéia do quão isso é grave pra mim.
As pessoas, os lugares, os papos. Meu Deus, eu mudei tanto. Mas parece que nada, nada que eu faça é suficiente. Mudei atitudes, mudei convicções, mudei de destino, de presente, de passado e de futuro. Mas não agrado. Sei que nunca, nunca, nunca vou agradar. Por mais que eu me contorça como a menina de maiô roxo no circo. Por mais que eu me parta em pedaços, como fez o mágico com a assistente. Por mais que eu faça papagaices, solte piadas e pinte o nariz de vermelho. Não! É que o ponto crucial de tudo isso tá muito além. Muito além do meu jeito de ser.
E realmente, eu não sou especial, não sou diferente. Nunca fui. Vou ser, ainda vou. Mas nunca fui. Sou mediana, em quase tudo. Eu posso me esforçar daqui pra frente, mas como posso me esforça daqui pra trás? É impossível. E apesar de ser mediana, sou transparente. Então, acho que nunca escondi nenhum de meus atributos, sejam eles invejáveis ou não.
De repente me sinto como a menina que roubava livros... Sozinha, dentre todas as ruínas com um livro na mão. A única fuga pros dias que a única vontade que existe é chorar no colo da mãe, mas a gente percebe que já tá muito velha pra isso.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Enquanto eu tento caber no mundo.


Eu fico aqui me perguntando se eu fiz ou falei algo de errado e se é assim - tão grave - eu ser meio estabanada - e perdida.

É que a mulher é sempre mais meiga e cuidadosa, delicada, mansa e organizada. Mas eu não. Sempre fui o inverso. Sou descuidada, nervosa, desorganizada e não tenho o mínimo de coordenação motora. Quebro, derrubo, esbarro, desmancho, bato e me machuco. Pode procurar, eu sempre vou ter uma mancha rocha e um arranhão pelo corpo. Exemplo? Lembra da minha unha do dedão? Roxa, por eu ter deixado cair um suporte para panelas (de ferro!!!) no meu pé.

Não sei, parece que atraio certas coisas.

Nunca fui vaidosa e tenho sorte porque, de uma forma impressionante, sou harmônica. Mas é esse o meu jeito. Sei que não é o melhor nem nunca vai ser, mas eu gosto de mim assim mesmo. Se é pra ter um defeito, antes o desastre do que a falta de caráter.

Não sei se meus defeitos são maiores que as virtudes. E também não acho tão grave assim ser destrambelhada. Eu sou grande, ocupo muito lugar no espaço. A chance de alguma coisa ao meu redor esbarrar em mim é maior.

Sempre fui exagerada! Na comida, na conversa, no tamanho, Sempre comi mais que minhas amigas, sempre fui a mais alta, mais comunicativa e mais chorona. Sempre gostei mais do mais do que do menos. Meu copo sempre vai estar meio cheio. Meio vazio não existe! Meio vazio é menos que nada e isso é muito negativo pro meu gosto.

Enquanto eu tento caber no mundo acho que ele se transforma pra que eu possa caber nele.