Faz um tempão que eu quero escrever algo sobre isso aqui, mas confesso que sempre fico pensando, pensando e me vem um turbilhão de sensações, fica impossível descrevê-las no papel e eu acabo por desistir.
Em primeiro lugar eu queria explicar que em nenhum momento fiz os últimos textos com o objetivo de magoar ninguém e se cheguei a esse objetivo peço, sinceramente, que me perdoem. Nunca pensei que os últimos textos iriam tomar as proporções que tomaram, nem que alguém fosse ler aquilo ali. Acho que todos aqui sabem que eu uso o blog esporadicamente, mais como um objetivo de desabafar e aliviar a tensão. Mas acontece, quando estamos magoados temos o direito de ficarmos magoados, mas isso não nos dá o direito de sermos rudes (li em algum texto); por isso, se rude fui, peço desculpas. Não foi minha intenção.
Em segundo lugar quero agradecer o comentário da irmã-postiça e quero dizer que entendo toda sua linha de raciocínio, assim como me esforço pra entender tudo que aconteceu. Mas não existe só um lado da moeda e um desses lados nunca foi compreendido, foi apenas deixado de lado pra agora escapar. O que eu quero dizer, mas não consigo expressar aqui já conversei com uma de vocês e fui o mais sincera que podia em cada palavra.
Eu posso garantir que tudo que tá acontecendo não me passa sem pesar, mas tudo acaba por nos construir. Só vou me sentir em paz no dia que olhar nos olhos de cada uma e conversar sinceramente, como fiz com você companheira, pena que foi via internet. Não tô com raiva, não guardo rancor, mas não tenho como negar que sempre que penso nisso minha alma se entristece. Me senti traída e essa é a palavra que mais significa nisso tudo. A segunda é que me senti desrespeitada. E essas duas palavras são as que eu mais tenho abuso, vocês devem saber. Abracei uma mentira vinda da pessoa que eu menos esperava, aquela que eu nunca, nunquinha mesmo, menti. Aquela que sempre soube tudo de mim, isso dói demais. Dói como sempre doeu desde que eu resolvi seguir um caminho diferente do de sempre. Desde o primeiro passo pra minha escolha que eu sentia farpas, mas eu sempre tentei compreender, sempre me coloquei no seu lugar, mas nessa não deu... doeu pra caramba. E ainda dói, dói muito.
Eu nunca duvidei que minhas escolhas iriam me afastar, me fazer perder o dia-a-dia, as fofocas quesntíssimas, mas nunca pensei ouvir que minhas escolhas me fariam perder as amigas. Porque nunca as enxerguei como amigas de farra, pra mim sempre foi muito mais do que isso. Nunca neguei um telefonema, um "como vai", nunca deixei de me preocupar com cada uma de vocês, continuei ouvindo, continuei aconselhando. Mas realmente, minhas escolhas me impedem de estar (muuuuuitas vezes) nas festas, nos bares, no que for. E não digo minhas escolhas pessoais, mas sim minhas escolhas profissionais. Eu pensava que vocês estendiam quando eu explicava isso, mas eu vi que não. Vi que vocês engoliam, como se eu não quisesse mais estar com vocês, como se eu estivesse só inventando mil desculpas pra ficar longe de vocês. E a confiança em mim? E minhas palavras de que estaria sempre ao lado de vocês? Pelo que ouvi, há dois meses atras, nada disso bastava, a única coisa que bastava era eu estar presente em todos os eventos sociais.
Não quero que pensem que fiz uma escolha entre "a" ou "b". Fiz sim escolhas entre "mim" e "não mim". Não quero que entendam que arrumei desculpa pra me afastar de vocês. Acho que vocês me conhecem mais do que ninguém... Eu só quero deixar bem claro, que mesmo depois de quase dois meses depois tudo isso ainda dói em mim como se tivesse acontecido agora e talvez por isso ainda estou calada, como quando a gente leva um tombo e bate com a cabeça no chão e passa alguns minutos pra que a cabeça volte a funcionar normalmente.